Um homem solitário, caminhando pelo mundo a contar seus passos. Um a um. Os pássaros o acompanhavam desde o inicio da primavera, felizes.
Certo dia, em certa hora, em certa ocasião, ele perdeu a conta, como se tivesse se distraído por algo belo, algo mais atrativo do que apenas contar passos. Pobre moço.
Ele, parado há horas em frente aquela imagem, perfeita ilusão para os olhos despercebidos. Como se houvesse sido obrigado a contemplar tal coisa.
Depois de horas e horas parado frente àquela miragem, ele se deu conta do tempo que perdera contando seus passos, e como havia perdido tanto tempo com uma bobagem.
Pobre homem agora é um homem rico, ele havia descoberto a verdadeira felicidade.
Os pássaros eram seus guias, e ele agora estava parado em um belo jardim, diante da mais bela moça. Ele, aquele pobre moço, nunca havia visto algo tão perfeito e tão belo como flores e aquela linda mulher, na qual ocasião ela apenas corria em meio a elas, com a mesma felicidade daqueles pássaros.
Só assim o homem se livrou da contagem de passos, por um descuido ele descobriu algo verdadeiro.
O homem agora contava flores, mas ele as cultivava, ele dava amor, ele e a linda moça agora estavam juntos, unidos pelo amor. E os pássaros voariam para longe, para livrar outro contador de passos.
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